domingo, 7 de março de 2010

MORTOS QUE ANDAM



Meu Deus, os mortos que andam!
Que nos seguem os passos
e não falam.

Aparecem no bar, no teatro, na biblioteca.
Não nos fitam,
não nos interrogam,
não nos cobram nada.

Acompanham, fiscalizam
nosso caminho e jeito de caminhar,
nossa incômoda sensação de estar vivos
e sentir que nos seguem, nos cercam,
imprescritíveis.
E não falam.

Carlos Drummond De Andrade.


O homens por esquecerem o que são, pendem a ser nada.
Essa escolha aparentemente protege.
Porém aprisiona e cria monstros vampirescos..

2 comentários:

  1. "Esconderemos entre monstros,
    da nosso própia criação.

    Serão noites inteiras
    talvez com o medo da escuridão.

    Ficaremos acordados
    imaginando alguma solução.

    Para que esse nosso egoismo
    não destrua nosso coração."

    O egoísmo de nós mesmos nos deixam a sós conosco também, e no fim, não tem ninguém.

    O que restou de nós nisso tudo?...

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